O que de fato realmente ocorre com os profissionais que decidem sair de uma organização em busca de um novo desafio?
Apesar do desemprego que assola nosso país, quando falamos de qualificação profissional vivenciamos este tipo de ocorrência e comportamento nas organizações quase todos os dias.
Mas na verdade o que realmente ocorre quando isso acontece?
Um número realmente expressivo de profissionais que deixam as organizações é cada vez mais comum. Em muitos casos falamos de organizações conceituadas, mas que não estão conseguindo reter seus potenciais talentos. O que de fato temos por trás de tudo isto?
Podemos citar alguns fatores, mas o que tem chamado muita atenção, e que vivenciamos na prática, é o fato de pedirmos demissão de nossos chefes, isso mesmo! Sair da companhia tendo este como nosso principal motivador.
Faça uma reflexão, e procure lembrar de situação que você já tenha vivenciado e que não encontrava saída, a não ser sair da empresa para se ver livre da sua chefia. Chamo propositalmente de “chefia” e não de “liderança”, pois é o comportamento de chefia que frustra e afasta os colaboradores. Acredito que muitos leitores concordam comigo.
O que de fato ocorre para desencadear este tipo de decisão? Eu diria que são muitos fatores, mas resumidamente eu destacaria os que são mais desmotivadores e que promovem realmente a decisão de ruptura. São eles:
- Muito centralizador, controlador e formal. Tudo tem que passar pelo seu crivo, dando baixa autonomia a equipe e/ou subordinados;
- Excesso de conjugação dos verbos na primeira pessoa, EU para tudo…e nunca NÓS….
- Comportamento totalmente incompatível com superiores e subordinados. Um “lord” com os superiores e um “cavalo” com a equipe;
- Ausente e distante. Se interessa pouco ou quase nada pelo dia a dia da equipe e/ou empresa, sempre monitorando tudo de longe;
- Baixo conhecimento do negócio e da área de atuação, e pior, sempre interferindo com seu “achismo” sobre os temas e tomada de decisão;
- Porta fechada sempre;
- Apontamento de horário excessivo. Como se o horário de entrada e saída nos dias de hoje importasse muito para o sucesso das atividades e/ou produtividade dos profissionais;
- Nunca fala de sucessão ou desenvolvimento organizacional de seus colaboradores;
Realmente não é nada fácil, principalmente para os profissionais mais jovens vivenciarem este tipo de comportamento nas empresas todos os dias. Entretanto, antes de jogar literalmente a toalha, recomendo que possa demonstrar maturidade e procurar o diálogo. Aproveitar esta oportunidade para com habilidade destacar os pontos de incomodo e buscar um melhor entendimento e acomodação dos desconfortos do dia a dia.
Sempre falei e reitero, somos donos de nossas carreiras e temos sempre que promover a busca do melhor caminho para nós. Sabemos que nada é eterno, mas antes de fato pedirmos demissão de nossos chefes, possamos avaliar todo o cenário, buscar as alternativas internas, seja transferência de área ou função, e mesmo assim, se nada for satisfatoriamente atendido, tome a decisão e busque no mercado o que almeja e seja feliz.
EDUARDO STEFANO
Consultor & Palestrante