Há muito tempo escutamos a expressão “turnaround” no mundo corporativo. Na verdade como podemos sintetizar a importância da “virada” nas organizações hoje em dia?
Compreendo como “turnaround” ou “virada de rota”, o fato real de colocar uma organização “nos trilhos”, ou seja, retornando o crescimento e desenvolvimento dos seus negócios em seu ramo específico de atuação, visando a rentabilidade e dividendos a seus acionistas e investidores.
Porem, não faremos este movimento e não teremos os resultados esperados se não tivermos uma clara visão do que realmente buscamos. Neste momento considero que o planejamento estratégico seja vital para os resultados esperados.
Na minha experiência em projetos que pude atuar diretamente, divido este planejamento estratégico em três etapas muita distintas e bem definidas:
1 – Transformação: Considero esta etapa de extrema importância, principalmente pelo fato de termos que promover muitas mudanças organizacionais e culturais. É nesta etapa que causamos o impacto que esperamos na organização, e que podem ser consolidados nas seguintes ações:
- Reavaliação/definição estratégica das atividades (core business);
- Reavaliação dos conceitos de missão, visão e valores;
- Implementar mudança de rota, se necessário;
- Reavaliação do portfólio da empresa & política comercial;
- Promover mudanças necessárias na organização;
- Reavaliar toda a politica de cargos/salários/incentivos;
- Ações para melhoria do clima organizacional e retenção de talentos;
- Estabelecer eficazes canais de comunicação interno e externo;
2 – Otimização: Visa o aumento de performance nas atividades da empresa, focando principalmente no aumento da eficiência. Uma vez que a etapa de transformação promoveu as mudanças esperadas, nesta etapa buscamos ganhos de produtividade em todas as áreas.
As organizações tem uma tendência com o passar do tempo, e principalmente com o cumprimento do “orçamento estabelecido”, de criarem “gorduras”, termo que uso para custos adquiridos!
A eficiência de uma empresa é medida, basicamente, pelo faturamento dividido pelo custo da empresa, portanto, temos dois caminhos bem claros para o aumento da eficiência. O primeiro é aumentar o faturamento que nem sempre é uma tarefa fácil e o segundo é reduzirmos os custos, o que muitos executivos ainda não priorizam.
Acreditem, temos que revisitar todos os custos periodicamente, sejam eles de produção, comercialização, administrativos, serviços, enfim, toda a cadeia e os processos podem ser revisitados e sempre melhorados. Acreditem nisto!!
Estabeleci ao longo dos anos este processo de otimização e destaco que os resultados foram sempre surpreendentes.
3 – Expansão: Etapa que possibilita o crescimento da empresa em busca do melhor para seu negócio. Há duas formas totalmente distintas de expansão:
3.1 – Expansão Orgânica: Crescimento com o uso de capital próprio, financiamentos bancários, investidores Anjo ou através de fundos privados (Private Equity). O custo do capital é o maior desafio para os empresários que buscam crescimento orgânico de suas empresas. É importante destacar também que as empresas que passaram pelas etapas citadas anteriormente, terão maior atratividade por parte dos investidores, obtendo avaliação muito positiva sobre seus resultados. Eu afirmo que estas empresas fizeram literalmente a lição de casa!!
3.2 – Expansão por Aquisição: Visa a expansão dos negócios através da aquisição de empresas que complementam o portfólio ou até mesmo que concorram no mesmo segmento. Consolidando assim as operações e obtendo ganho de escala.
Normalmente as empresas que estão neste segmento apresentam excelente liquidez e acesso a capital de baixo custo, seja pela captação no mercado ou seja pelos bancos de fomento e investimento.
Muitas empresas que abriram o capital, isto é, já passaram pela Oferta Inicial de Ações (IPO) e mantem ações negociadas em Bolsa, apresentam esta característica e tem maior apetite por seguir sua expansão por aquisição. Importante destacar que as empresas de capital aberto são regidas por regras rígidas das Comissões de Valores, e ressalto também que as melhores práticas de Governança e o transparente relacionamento com os Investidores (RI) são indispensáveis.
Há poucos meses vivenciei, através de minha consultoria, um projeto aonde tive a oportunidade de colocar em prática os conceitos descritos, e acreditem, tivemos resultamos surpreendentes, sendo capazes de transformar a empresa e atrair investidores, levando a mesma para um patamar distinto no mercado em que atua.
Portanto, entender o estágio em que sua empresa se encontra e alinhar o planejamento estratégico para, não somente promover a “virada”, mas também para a busca do crescimento, são etapas fundamentais para o atingimento dos resultados que se espera.
EDUARDO STEFANO
Consultor & Palestrante